Por vezes é difícil chegar à idade da contagem decrescente.
À idade da esperteza e dos sentidos apurados, à idade em que já nada te ilude, já nada te engana. À idade da frieza e das feridas expostas, à idade em que já só pedes paz, na cumplicidade de um abraço de verdade.
À idade da estabilidade nas vontades, e desejos da maturidade.
No entanto é difícil chegar ao pico da montanha com o amor próprio, olhar para baixo e sentires que os pés não aquecem mais. E que qualquer cantada romântica já não te encanta, não aquece o ego, vives de um tanto faz. É difícil sentires que o coração já não se importa com carências afetivas, com choros e incertezas, precisas de muito mais, amor, respeito e de quem te valorize. É difícil entenderes que milhões de pessoas são vazias de sentimentos, e que houve uma, uma apenas, que te esvaziou por dentro. É difícil sentires que a vida são só momentos, apesar de nada te impedir que os vivas em liberdade.
Acredita! Quando és livre, já tudo te parece tarde.
( Desconheço o autor )
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