terça-feira, 4 de maio de 2021

AMOR PRÓPRIO

Um dia a gente se cansa de dar a cara a tapa, de aparecer sangrando em frente aos tubarões, de ficar prostrado ao chão enquanto os urubus cutucam, beliscam e arrancam nossa pele. A gente se cansa. As lágrimas secam e nasce o orgulho. Não o orgulho ruim, desprezível e insensível, mas o orgulho bom, o orgulho de quem apesar de tantas feridas e cicatrizes ainda se levantou. Orgulho de quem embora ferido, ajudou alguns se levantarem. O orgulho de não ter se tornado igual àqueles que lhe feriram, o orgulho de ser quem você é. O orgulho de quem mesmo desarmado, nunca fugiu de uma luta. O orgulho de quem se arriscou no penhasco sozinho e apesar de tanto empurrarem não se deixou despencar. O orgulho de olhar para trás e saber que se doou mais do que recebeu ou mereciam. O orgulho de quem sabe que fez o melhor que poderia fazer e mesmo assim ninguém notou. O orgulho de quem nunca precisou tomar partido algum ainda que para isso fosse afronta para a maioria. O orgulho de quem lutou contra tudo e contra todos pela sua própria vida e só por isso, já venceu. O orgulho do amor próprio. Carolina Augusta de Barros. Direitos reservados pela lei 9610/98.

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