Sonho parece coisa de gente que vive de fantasia, fora da
realidade! Já ouvi e já usei muitas vezes a expressão “cai na real”! E sempre
que a ouvi ou utilizei, ela era dirigida a alguém que parecia sonhar acordado,
alguém que sonhava com o impossível, com o improvável.
Na verdade, os sonhos nos tiram, muitas vezes, do previsível, do
convencional. Isso incomoda, às vezes, desinstala-nos, obriga-nos a fugir dos
padrões. Mas quem disse que temos de estar dentro dos padrões?
Investir em grandes sonhos não é algo errado, sair do
convencional e dos padrões fazem bem para nós.
Conheci muita gente diferente, inusitada, pessoas fantásticas
pela sua capacidade de elaboração e criatividade. Algumas pareciam nem viver neste
mundo, tamanha capacidade de viverem longe da realidade. Aqui me explico: longe
da realidade convencional, porque foram capazes de quebrar padrões.
Pessoas que, corajosamente, quiseram sonhar e viver a aventura
de perseguir seus sonhos, ainda que para muitos esses sonhos fossem utopia,
coisa de “gente doida”. No entanto, levaram não só os sonhos adiante, mas
fizeram com que outras pessoas também se envolvessem em seus sonhos, o que os
tornou uma realidade.
Conheci tantas outras pessoas que também sonhavam, mas não
tiveram a mesma coragem de lutar pelo que acreditavam, e foram deixando que
seus sonhos se esvaziassem, foram sonhando sozinhas e desanimaram. Sonharam o
sonho dos outros, não foram protagonistas, mas figurantes.
Para essas pessoas, os sonhos duram apenas as horas de uma noite
mal dormida, daquelas que a gente acorda cansado como se não tivesse dormido, e
podem até se tornar pesadelos. Sonhar faz parte da nossa essência
Tenho a impressão, no entanto, de que os nossos sonhos são todos
cheios de realismo. Faz parte da nossa essência sonhar. Não sonhamos com coisas
ruins para nós e para outros, sonhamos coisas boas, sonhamos com um mundo
melhor, com a felicidade e a paz. Sonhamos fazer coisas que nos darão a
possibilidade de continuar sonhando.
Um amigo me disse um dia desses: “Cansei de sonhar, não acredito
mais em nada!”. Vi, em suas palavras, que ele estava frustrado, decepcionado,
estava incapacitado de lutar pelos seus sonhos. Perdera o entusiasmo, não
existia mais o sonho, somente a realidade de alguém que preferiu a mesmice dos
padrões a viver do determinismo, deixando de ser um autêntico sonhador.
Quando me vejo em situação semelhante, peço a Deus que me
devolva a graça de sonhar. Quero sonhar muito, sonhar alto, sonhar com ousadia,
creio que este é o caminho da vida!
Texto de Simoni Cavazanni
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