sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O TEMPO PASSA E A SOLIDÃO VOLTA

A noite alonga-se com a ausência de quem esperamos. A saudade é mais uma corda da guitarra com que compomos a melodia da incerteza. As horas passam e o pensamento vai ilustrando aquele sofrimento que ganha novas dúvidas a cada segundo em que o coração faz uma pergunta que fica sem resposta. Ouvem-se passos na rua e a esperança fica à escuta sempre com a ilusão de que tudo pode ficar bem. Nesse curto impasse escreve-se mais um poema com palavras oprimidas que se soltam à procura desse amor que fugiu. O tempo passa e a solidão volta. A incerteza paira no ar, multiplicam-se na escuridão da noite. Sente-se a ausência na pele e desilusão no coração. Chama-se pelo nome do nosso amado e ninguém nos responde. Esticam-se os braços como se tivéssemos a quem abraçar e encontramos o vazio que nos destrói. Resta-nos a lembrança de quem fomos e a ilusão empresta-nos algumas lágrimas para que a visão fique turva e nos leve a pensar que apenas estamos a sonhar. Na incerteza de tudo o que queremos e que não sabemos com encontrar somos forçados a adormecer e continuar a acreditar que o dia nos devolverá a fantasia de que somos felizes pisando os sonhos do ontem que não se pode mudar. ( Angela Caboz )

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