Peças de celulares, computadores e
impressoras são utilizados como matéria-prima dos protótipos.
Lixo eletrônico está virando robô nas mãos de estudantes da Escola de Referência
em Ensino Médio (EREM) José Leite Barros, de Tacaimbó, no Agreste de
Pernambuco. O trabalho começou em 2012 e já está chamando atenção nas feiras e
eventos de Ciência e Tecnologia por onde passa.
O grupo de robótica envolve 15 alunos com idades entre 14 e 17 anos sob
a orientação do professor de Física e Química, Edilson Moura. Em menos de um
ano, o grupo já montou protótipos que ajudam os estudantes a compreenderem
fenômenos da natureza, como a gravidade, e outros que trazem inovações no campo
da ciência. O mais destacado é o Robô Caipira. “Escolhemos esse nome
simplesmente porque foi feito de modo totalmente artesanal por gente do campo,
como nós”, explica o professor. As peças para a construção dos protótipos são
garimpadas em oficinas e lojas que fazem o recondicionamento de computadores.
Concebido com peças de celulares, placas de computadores, impressoras e
roteadores, o robô tem a função de captar imagens e sons em lugares aonde o
homem dificilmente chega, como escombros de um acidente, ou até cavernas. Os
sinais podem ser transmitidos para uma central via satélite. Por isso, o robô
não deve medir mais do que 40 centímetros. “Matérias como Física, Química e Matemática
são tidas pelos alunos como um ‘bicho-papão’. Queremos dar esse estímulo
prático de que eles precisam”. Destaca o professor.
Guilherme Vieira, 16 anos, estudante do 3º ano do ensino médio, é um dos
mais entusiasmados com a robótica. “Fazer o robô exige conhecimento de equações
de Matemática e Física, de baterias e soluções em Química, e até de Inglês para
a pesquisa. Então o resultado está sendo ótimo. Até as notas subiram”, afirma o
aluno.
O grupo participou da reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso
da Ciência (SBPC), onde se apresentaram no stand Expo T&C, junto a outras
escolas da rede estadual que desenvolvem trabalhos em robótica. De acordo com o
professor Edilson Moura, a participação no stand é um “reconhecimento pelo
trabalho realizado”. Agora, os estudantes se preparam para mostrar o trabalho
em três competições que acontecem simultaneamente em Fortaleza, entre 16 e 20
de outubro: a Olimpíada Brasileira de Robótica, a Mostra Nacional de Robótica,
e a Competição Brasileira de Robótica.
Fonte: Secretaria Estadual de Educação - PE
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