Às vezes eu falo, outras fico calada, por vezes nas veias corre-me uma calma que me faz observar e ver com mais clareza o que sinto e todos os movimentos que tu me fazes. Outras vezes eu sou a loucura provocada pela lua e surpreendo-te, rio e danço sozinha ou acompanhada e onde o meu corpo é um instrumento onde tocas a música que te dá a volta à cabeça. Às vezes eu sou as palavras que te desconcentram e que te provocam, algumas fogem-me das mãos para ficarem escritas na tua pele suada nas noites estreladas, onde a lua é testemunha dos que sentimos juntos. Em algumas fases da lua eu sou o sossego e o colo que tu precisas para acalmar a loucura dos dias exasperantes. Mas no fundo tu sabes que eu sou o inesperado e o doce rodopiar dos carroceis que tanto gostavas de andar quando eras criança. Tu sonhavas encontrar uma mulher que te soubesse despertar o espírito e que te levasse à loucura nas noites onde a lua, brinca toda a noite com as estrelas e encontraste em mim a tua razão de viver! Um dia. Ah um dia, conto-te uma história daquelas com princípio, meio e fim. ( Carla Marques )
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