segunda-feira, 17 de outubro de 2022

QUANTO DOI UMA SAUDADE?

Hoje a saudade me abraçou. É que eu sou de uma época, que contava estrelas no céu, onde o cheirinho de terra molhada era a alegria estampada no olhar. Que correr atrás de vagalume, fechar o guarda chuva de propósito, apertar às campainhas e correr. Subir no pé de fruta, sentar na beira do fogão a lenha, era a maior riqueza do mundo. Que andar descalço não dava nenhum resfriado. No máximo bichinho de pé, oh coceira boa. Não tinha essa de marcar horário de ir para rua. A gente ia e todos estavam lá. Ah, se a gente soubesse que aquele dia seria a última brincadeira de infância. A gente teria pelo menos dado um adeus, três beijinhos no rosto e um abraço de urso tipo quebra ossos. Ah, se a gente soubesse, bater o dedinho no móvel dói, ralar os joelhos no chão dói, cair da bicicleta dói. Mas, quanto dói uma saudade? ( Andrea Domingues )

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