segunda-feira, 26 de abril de 2021

ÁRVORE DOS POEMAS

Quando a árvore dos poemas não dá poemas, Seus galhos se contorcem todos como mãos de enterrados vivos, Os galhos desnudos, ressecos, sem o perdão de Deus! E, depois, meu Deus, essa lenta procissão de almas retirantes... De vez em quando uma tomba, exausta à beira do caminho, Porque ninguém lhe chega ao lábio o frescor de cântaro, a doçura de fruto que poderia haver num poema. Maldita a geração sem poetas que deixa as almas seguirem seguirem como animais em estúpida migração! Quando a árvore dos poemas não dá poemas, Qual será o destino das almas? Mario Quintana

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