O seu
julgamento mostra algo sobre você, nada sobre a pessoa que você julgou – porque
a história dela permanece indisponível para você.
Todos os
contextos estão fora de alcance, você estará se deparando com uma fração
pequena e momentânea da situação – e sua interpretação será a sua
interpretação.
Ela vai
mostrar algo sobre você. Compreendendo isso, o julgamento desaparece.
Não há
necessidade de parar de julgar o próximo ou abandonar o julgamento; você deve
compreender por que você julga e como você julga.
Você pode
julgar apenas o comportamento ou a ação do outro, porque apenas o comportamento
ou a ação estão ao seu alcance. Você é incapaz de julgar a pessoa porque a
pessoa está se escondendo atrás – está escondida -, você nunca vê a pessoa, ela
é sempre um mistério para você. Você pode julgar a ação mas não pode julgar o ser.
E a ação é irrelevante. Não será correto você julgar uma pessoa por meio
de um ato dela. Algumas vezes pode acontecer de um homem estar sorrindo. A ação
está lá na superfície mas interiormente ele poderá estar de fato triste. Ele
não quer deixar transparecer sua tristeza para ninguém – por que expor as
feridas ou os machucados de alguém para todo mundo? Por que? Isso parece tão
embaraçoso. Pode ser que ele está sorrindo só porque lá no fundo ele esteja
chorando.
Só por ver
um rosto sorridente você não deve julgar o que deve estar se passando dentro. O
interior não está disponível para você. O interior é desconhecido, não está
disponível para qualquer um. Então a primeira coisa a entender é que você pode
olhar apenas o comportamento, e o comportamento não significa muito. Tudo o que
significa realmente é a pessoa que está por detrás. E você não sabe – você
nunca pode saber. Suas decisões serão erradas, e você sabe disso – porque
quando as pessoas o julgam por seus atos, você sempre sente que elas julgaram
erroneamente.
Você não
julga a si mesmo por seus atos, você se julga pelo seu Ser. Assim as pessoas
sentem que todos os julgamentos são injustos. Você sente que os julgamentos são
injustos porque para você o seu ser está disponível – e ser é um fenômeno tão
grande, enquanto que o ato é um fenômeno tão pequeno. Ele não define nada. Pode
ser apenas uma coisa momentânea.
Desconheço o autor
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