segunda-feira, 23 de abril de 2018

CHUVA DE HONESTIDADE


Quando o ronco feroz do carro pipa, cobre a força do aboio do vaqueiro.
Quando o gado berrando no terreiro, se despede da vida do peão.
Quando verde eu procuro pelo chão, não encontro mais nem mandacaru.
Dá tristeza ter que viver no sul, pra morrer de saudades do sertão.

Eu sei que a chuva é pouca e que o chão é quente.
Mas, tem mão boba enganando a gente, secando o verde da irrigação.
Não! Eu não quero enchentes de caridade, só quero chuva de honestidade.
Molhando as terras do meu sertão.

Eu pensei que tivesse resolvida, essa forma de vida tão medonha.
Mas, ainda me matam de vergonha, os currais, coronéis e suas cercas.
Eu pensei nunca mais sofrer da seca, no nordeste do século vinte e um.
Onde até o voo troncho de um anum, fez progressos e teve evolução.

Israel é mais seco que o nordeste, no entanto se investe de fartura.
Dando força total a agricultura, faz brotar folha verde no deserto.
Dá pra ver que o desmando aqui é certo, sobra voto, mas, falta competência.
Pra tirar das cacimbas da ciência, água doce que regue a plantação.

Música de Flávio Leandro

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