O Dia do Trabalhador,
comemorado no Primeiro de Maio, é conhecido em grande parte do mundo como uma
homenagem aos trabalhadores. No Brasil, a data tornou-se feriado em 1924.
O Primeiro de Maio é
internacionalmente conhecido como o Dia do Trabalhador. Essa data tornou-se
feriado em diversas nações do mundo, e, nesse dia, são celebradas homenagens à
classe trabalhadora. Surgido a partir das lutas de trabalhadores por mais
direitos trabalhistas, o Primeiro de Maio possui características levemente
distintas em cada país. No caso do Brasil, esse dia foi bastante utilizado como
propaganda governamental durante o
Estado Novo.
Primeiro de Maio no Brasil
No caso do Brasil, o
Primeiro de Maio começou a ganhar importância no final do século XIX. A
historiadora Isabel Bilhão afirma que as primeiras manifestações desse caráter
no Brasil aconteceram em 1891 e eram organizadas por militantes socialistas. A
historiadora afirma também que essas manifestações assumiam a forma de apoio à
República recém-instalada no Brasil|1|.
Os protestos aconteciam
com a aglomeração dos trabalhadores em locais importantes das grandes cidades
brasileiras. Durante esses eventos do Primeiro de Maio, os trabalhadores
realizavam discursos exaltando a classe, bem como organizavam apresentações
musicais, faziam passeatas, disparavam fogos de artifício etc.
Durante a década de 1910,
o movimento operário no Brasil ganhou força impulsionada pelos ideais
socialistas e anarcossindicalistas. Desse movimento, destaca-se, por exemplo, a
Greve Geral de 1917, na qual cerca de 50 mil trabalhadores paralisaram o
trabalho em São Paulo. A greve, inclusive, passou a ser uma prática comum no
Primeiro de Maio, uma vez que a data não era feriado no Brasil.
Esse dia passou a ser
considerado feriado no Brasil em 1924, durante o governo de Artur Bernardes.
Apesar disso, foi no governo de Getúlio Vargas que o Primeiro de Maio ganhou
muita importância, principalmente por causa do projeto político de aproximação
com as classes trabalhadoras durante o Estado Novo.
Durante os cinco primeiros
anos da década de 1930, as comemorações do Primeiro de Maio seguiram a linha de
festividades organizadas pelos trabalhadores, que se reuniam nos sindicatos e
em locais importantes das grandes cidades para organizar discursos, realizar
passeatas, fazer apresentações artísticas, palestrar em defesa do trabalhador
etc.
Durante o período do
Estado Novo, no entanto, as comemorações do Primeiro de Maio foram tomadas pelo
governo como forma de implantação e divulgação do projeto de Getúlio Vargas.
Nesse período, existia todo um temor do governo de que as comemorações do
Primeiro de Maio tornassem-se manifestações políticas dos trabalhadores.
Isso ocorria,
naturalmente, pelo caráter autoritário do Estado Novo que proibia qualquer tipo
de manifestação política contra o governo (censura) e perseguia,
principalmente, os comunistas, que tinham forte presença nos sindicatos. Nesse
sentido, as manifestações do Primeiro de Maio eram utilizadas pelo governo como
propaganda de suas “benesses” e como eventos para ressaltar os valores cívicos
e o patriotismo.
Essa característica se
inicia em 1940, sobretudo a partir de 1943, quando os historiadores apontam uma
mudança no projeto político de Vargas na direção dos trabalhadores. Nessas
comemorações, eram realizados desfiles dos diferentes sindicatos existentes
(todos controlados pelo governo) que enfatizavam o nacionalismo e os valores de
ordem e civismo defendidos por esse presidente.
Esses eventos também eram
caracterizados por discursos de Getúlio Vargas que ressaltavam os valores da
classe trabalhadora. Além disso, Vargas utilizava-se dessa data para divulgar
as obras do governo que eram voltadas para as classes trabalhadoras, das quais
se destacam o decreto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
salário mínimo e férias remuneradas.
Atualmente, o Primeiro de
Maio segue como feriado nacional e, nesse dia, diversos sindicatos se organizam
para oferecer uma programação para a classe trabalhadora. Essas programações
incluem comícios com discursos que se pautam na defesa dos direitos
trabalhistas. Além disso, esses eventos realizados pelos sindicatos abrangem
toda uma programação voltada para o lazer dos trabalhadores.
Publicado por: Daniel
Neves Silva