Não sei, não sabe ninguém
Porque canto fado neste tom magoado
De dor e de pranto
E neste tormento todo sofrimento
Que eu sinto na alma cá dentro se acalma
Nos versos que canto
Foi Deus
Que deu luz aos olhos perfumou as rosas
Deu ouro ao sol e prata ao luar
Foi Deus
Que me pôs no peito um rosário de penas
Que vou desfiando e choro a cantar
Que pôs estrelas no céu e fez o espaço sem fim
Deu luto às andorinhas ai deu-me esta voz a mim
Se canto
Não sei o que canto misto de ternura
Saudade, ventura e talvez de amor.
Mas sei que cantando
Sinto o mesmo quando se tem um desgosto
E o pranto no rosto nos deixa melhor
Foi Deus que deu voz ao vento
Luz ao firmamento e pôs o azul nas ondas do mar
Foi Deus que me pôs no peito m rosário de penas
Que vou desfiando e choro a cantar
Fez poeta o rouxinol pôs no campo o alecrim
Deu flores à primavera ai deu-me esta voz a mim.
(Música
de Agnaldo Timóteo)
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