Durante uma era glacial,
muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas
de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos,
por não se adaptarem às condições do clima hostil. Foi então que uma grande
manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou
a se unir, e juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia
sentir o calor do corpo do outro.
E todos juntos, bem
unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo
aquele forte inverno.
Porém, vida ingrata, os
espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente
aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, e afastaram-se
feridos, magoados, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus
companheiros.
Doíam muito…
Mas, essa não foi a melhor
solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados, os que não
morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de
tal forma que, unidos, cada qual conservava certa distância do outro, mínima,
mas o suficiente para conviver, resistindo à longa era glacial.
Sobreviveram…
É fácil trocar palavras,
difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a
lado, difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
difícil é reter o seu calor!
É fácil sentir o amor,
difícil é conter sua torrente!
Que possamos nos aproximar
uns dos outros com amor e serenidade de tal forma que nossos espinhos não firam
as pessoas que mais amamos tanto no trabalho, na escola, na igreja, em casa ou
na rua.
Otimismo