terça-feira, 5 de março de 2024

NÃO SE CALÇA SAPATOS ALHEIOS

Tentei calçar os teus sapatos, convidando os teus pés para viajarem comigo pelos sonhos que tinha desenhado à medida exata do meu coração. Andei por ali, rondando o chão que pisavas. Ofereci-me para curar as feridas que tinhas nos pés. Quis arrancar todos espinhos que a vida te tinha plantado nos pés, julgando-me a enfermeira certa para as tuas dores já envelhecidas e com rugas feitas pelo tempo. Quis roubar-te do teu mundo para te plantar no meu jardim. Talvez, quem sabe, perfumar-me com o cheiro das tuas rosas e deixar que a cor das minhas ilusões se espalhasse pelo teu corpo sedento de um caloroso amor. Quis ser o teu amor, sem que tenha entendido que quem caminha neste chão que piso são só os meus pés e que os sonhos que idealizo são frutos das minhas ilusões.

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