terça-feira, 5 de setembro de 2023

A JANELA DO TEMPO

Debruçada na janela do tempo, esperando o amor chegar. Até o relógio cuco, na parede da sala, parou de cantar, repentinamente. À noite fez-se silêncio: nem sapos cantando nas fontes nem grilos no roseiral nem vaga-lume passavam, nem mariposas suicidas sobrevoando as luzes... Apenas algumas estrelas ofuscantes apareciam, vez por outra, na imensidão, correndo pelo espaço sideral através do branco véu acinzentado que revestia a noite sem luar. Amanheceu, o sol entrou pela janela. O dia seguiu seu itinerário, lento e pesaroso, até o entardecer. A janela correu pelos trilhos. A veneziana fechou-se automaticamente. ( DStella Bstella )

Nenhum comentário:

Postar um comentário