O bairro Dom Joaquim, em Brusque (SC), prospera a olhos vistos.
Casas e edifícios são construídos, novas portas de comércio são abertas.
Ruas
são pavimentadas e a população se multiplica. Na contra-mão deste cenário,
muitos moradores fazem da região uma extensão de suas infâncias.
Dom Joaquim se divide entre o progresso da cidade grande e a
velha hospitalidade – típica das áreas rurais. Por aquelas terras, o rio se
move cercado de vegetação. Plantar e colher é algo recorrente. Tão comum,
quanto a calmaria de contar sobre um velho tempo, que ao que tudo indica,
continua mais novo do que nunca.
É na sombra de um abacateiro, cercado de outras plantas e de uma
pilha de madeira para aquecer o fogão a lenha, que o aposentado Ivo da Silva
(77) conta porque resolveu plantar flores na rua Anna Heil, onde mora há várias
décadas. Lugar onde ele planta flores e colhe amizades.
Sua atitude chama atenção da vizinhança, que volta e meia lhe
procura com um elogio ou um pedido de muda. Assim, o gesto se espalha para
outros cantos do bairro.
“Tive a ideia no ano passado, depois que a Prefeitura fez o
asfalto. Meus pais eram agricultores. Nasci e cresci no sítio. A minha cunhada
tinha lá uns Caetés (flores) e eu pedi dessas amarelas. Peguei umas vermelhas
também e plantei. Aí tive a ideia de plantar até lá embaixo”, conta.
Natural de Vidal Ramos (SC), Silva mora com a mulher Ana, com
quem teve 10 filhos – cinco homens e cinco mulheres. Todos moram em Brusque e
quatro deles dividem a mesma rua com os pais.
Ao longo dos anos, Silva já trabalhou como jardineiro. Aos 15
aprendeu a profissão de pedreiro – conhecimento que o ajudou na construção de
sua casa e da calçada, que desce a rua ladeando o terreno de uma empresa de
energia, cujos fios cortam o bairro.
Para a calçada, ele garante que fez uma “nata” forte – cinco partes de areia
para seis de cimento. Toda semana limpa a calçada e aduba as flores. Sem se dar
conta, todos os dias é exemplo de cidadania.
Fonte: Secom Brusque
Nenhum comentário:
Postar um comentário