“Onde houver uma árvore a plantar, procure plantá-la! Onde houver um
erro a corrigir, busque corrigi-lo! Onde houver uma tarefa que todos recusem,
tente assumi-la”.
Plantar uma árvore! Dá uma alegria tão grande contemplar uma árvore que
nossas mãos plantaram! E quando, então, se trata de árvores como a mangueira,
que atravessa os anos, dá alegria até em pensar que a árvore por nós plantada —
de certo modo nossa filha — continuará oferecendo sombra, frutas e abrigo para
os passarinhos quando nós já nem estivermos neste chão dos homens.
Quanto a corrigir erro, é uma arte difícil. Quem gosta de ser corrigido?
É preciso que quem errasse sinta que quem corrige não vem contra, não vem com
rudeza, não vem com ar de quem não erra e de quem é mestre e nasceu para
corrigir e ensinar… É preciso que quem errasse sinta amizade em quem corrige,
sinta que a intenção única é ajudar, sem pretensão de quem se julga maior ou melhor…
Quem não se vê, por vezes, diante de tarefas que ninguém abraça, e
parece humilhante e inglória?
O preço a pagar para poder fazer o que ninguém se anima a fazer, o que
praticamente a todos causa repugnância, é ausência total de parecer herói,
criatura diferente e extraordinária…
Onde
houver uma árvore a plantar, procure plantá-la! Onde houver um erro a corrigir,
busque corrigi-lo! Onde houver uma tarefa que todos recusem, tente assumi-la.
Tudo na
maior simplicidade, como quem apenas cumpre o próprio dever e se alegra de
poder ajudar…
Fonte: UM OLHAR SOBRE A CIDADE, de D. Helder Câmara-3ª
edição/2009-PAULUS
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