quarta-feira, 8 de abril de 2020

O TOLO E A MOEDA – PARÁBOLA


Em uma cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o tolo da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o tolo ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: Uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
– Eu sei, respondeu o tolo. Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é:

A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos. O maior prazer de um homem inteligente é bancar o tolo diante de um tolo  que banca o inteligente.

Desconheço o autor

terça-feira, 7 de abril de 2020

FAÇA HOJE, NÃO AMANHÃ


Diz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinquente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia vive distante da glória do século.

A alma sem coragem de avançar cem passos não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear não consegue prever as consequências da procrastinação do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra, podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.

Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida. Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós. Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.

Se todas as aves possuem asas, nem todas se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.

A andorinha voa na direção do clima primaveril, mas o corvo, de modo geral, se consagra, em qualquer tempo, aos detritos do chão. Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã, à frente dos olhos e em torno do coração.

Cuida, pois, de fazer, sem demora, quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade, porque o Amanhã será muito agradável e benéfico somente para aquele que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.

Autor desconhecido

segunda-feira, 6 de abril de 2020

NA SALA DO TESOURO


Contam que duas nações estavam em guerra. Um dos reis disse a seu povo que àquele que lhe apresentasse uma proposta de paz convincente para ser oferecida ao inimigo seria dada a oportunidade de entrar por cinco minutos na sala do tesouro do palácio, e poderia levar tudo o que conseguisse juntar.

Ao saber disso, o povo enviou propostas. Depois de analisá-las, o rei e seus generais optaram pelo plano de um cidadão que tinha experiência em estratégia, porém sua situação econômica não era boa.

Quando o homem soube que teria a grande oportunidade de tornar-se milionário, comprou as melhores roupas para sua família utilizando-se de crédito, pois os comerciantes sabiam de sua condição potencial e que em poucos dias pagaria suas dívidas.

A guerra acabou e agora o rei se viu diante de um dilema. Por um lado  estava arrependido da promessa. Por outro, não podia faltar com a sua palavra. Chamou seus conselheiros e, buscando uma solução, pediu uma ideia que salvasse parte de seu tesouro.

Um deles, conhecendo o homem que havia vencido, sabia que ele era apaixonado por música. Aconselhou o rei a que trouxesse uma grande orquestra para tocar por todo o tempo da visita à sala do tesouro. Isso desviaria a atenção do estrategista e assim pegaria menos ouro. O rei ficou satisfeito com a ideia e ordenou que assim fizessem.

O dia tão esperado chegou. O cidadão acompanhado de sua família dirigiu-se ao palácio e se apresentou diante do rei. Após uma curta conversa, o monarca ordenou a dois soldados que indicassem o local da sala do tesouro real. Parado frente à porta, o homem pensava como juntar a maior quantidade de ouro e joias em cinco minutos.

A porta foi aberta, e ele correu para dentro. Nesse instante, começou a escutar as melodias que mais gostava. Ficou surpreso com a sonoridade da orquestra bem à frente de seus olhos e, fascinado, viu que alguns segundos se passaram. Ele pensou: “Não  vim aqui para isto!”. Quando se moveu em direção ao tesouro, juntaram-se à execução novos instrumentos e cantores que lhe encantaram ainda mais.

Compenetrado novamente na melodia, o homem pensava que o tempo estava passando e precisava juntar ouro suficiente para fazer-se rico. De repente, sentiu uma mão que pegou-o pelo braço e lhe disse: “Tempo esgotado”. Os cinco minutos tinham passado.

Pobre e infeliz, o homem saiu da sala do tesouro exatamente como havia ingressado: com as mãos vazias.

Esta história é útil. Aplica-se a todas as situações da vida. Maior, porém, é a questão: “Qual o propósito de se estar aqui?” Para quem responder “nenhum”, o trabalho, as gerações, o sustento, o que se pensa, o que se fala e o que se faz, não fazem qualquer diferença… um motivo para bem investir o tempo inexiste…. e junto, nada, na verdade, importa. Mas tudo tem um propósito na vida.

Prospect ideias

domingo, 5 de abril de 2020

A ORAÇÃO NUNCA É DEMAIS


Vigiar e orar é uma advertência de Deus para a própria vida. A gente se preocupa tanto em repreender o mal que vem de fora que esquece de repreender o mal que há dentro de nós. 

Julgamos os outros esquecendo de nossos próprios erros, arrotamos santidade como se fôssemos perfeitos e ainda nos dizemos humildes, gente do bem e de bom caráter.

 A quem estamos querendo enganar? Apenas a nós mesmos!

A vida é tão vasta, mas insistimos em nos apegar em seus detalhes mais mesquinhos. Não vigiamos o bem, o belo, a felicidade escondida nos detalhes. Não vigiamos as nossas próprias imperfeições com o intuito de modificá-las, mas apenas as imperfeições alheias, com o objetivo de criticá-las.

Quantas vezes nem se quer oramos e, quando o fazemos, são apenas palavras vazias que não conseguem ir muito além.

Deus nos quer maiores do que tudo isso que somos, do que tudo isso que insistimos em fazer. É preciso seguir a sua advertência: vigiar a nós mesmos e orar de alma e coração.

Lívia Barros Calado

sexta-feira, 3 de abril de 2020

QUASE - REFLEXÃO


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

CANÇÃO DO VENTO


O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E as amizades…
O vento varria as mulheres…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos…
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.

Manuel Bandeira