QUEM SOU EU, AFINAL?

Serei doce para uns, meio ácida para outros. Serei forte para poucos, fraca para muitos. Serei sábia para alguns, boba para quase todos. Aos que me julgam forte digo que choro muitas vezes! Mas procuro sempre um lugar seguro para esconder as lágrimas. A quem pensa que sou meio ácido deixo um conselho: Olhem bem para a doçura dos meus sentimentos. Para quem me considera forte apenas digo: Vejam a fragilidade da minha alma! Aos que me veem como sábia só poderá afirmar que aprendo algo todos os dias. Quanto a ser boba, sou sem dúvida, porque ainda acredito nos seres humanos! Mas, atenção, todos os meus defeitos e algumas qualidades não me impedem de continuar a olhar em frente. Não me impedem de continuar a lutar por aquilo em que acredito. Quero continuar assim por muito mais tempo. Errando, porque jamais serei perfeita. Aprendendo, porque sou um ser humano comum e normal! É por isso que gosto tanto de mim! (Angela Caboz)

O QUE PASSOU O VENTO LEVOU

Não contesto o que vivi. Não reclamo do passado que me fez sofrer. O que passou já o tempo levou, mas posso sempre continuar a sonhar. É verdade que é de sonhos que eu sou feita e enquanto tiver um sonho para sonhar sempre haverá em mim espaço para pedir à vida mais um dia nesta caminhada. Ando por aí, sem espaço para mais passado. Esse que vou deixando na gaveta da memória, num formato de lembrança, para que sempre exista espaço para mais uma aventura na minha vida. ( Angela Caboz )

NÃO DEIXES TE ROUBAR A VIDA

O tempo pode te rabiscar o rosto! Pode te pratear os cabelos. Mas não deixe que o tempo te apague o viço. Nem te adormeça o riso. Conserva teu jeito de olhar macio. Tua capacidade de sonhar. Guardam em ti tuas vontades mais absurdas. Teus desejos infantis. Tuas manias sem sentido. Conserva tua poesia, teu amor proibido. Reserva também tua indignação, tua rebeldia. Guarda tua teimosia. Não te acomodes com as voltas do tempo. Renova-te a cada manhã, a cada pão. Por dentro, não deixe o tempo te roubar a vida! ( Ana Luiza Azevedo Firemann )

ESVAZIAR A BAGAGEM DA VIDA

Esvaziar a bagagem da vida não é tão somente abrir mão dos pertences. É tornar-se leve, deixando ir embora feito balão que flutua tudo que não lhe cabe mais, que não lhe satisfaz. Sejam pessoas, amores, ambições, cargos, encargos. É fazer um verdadeiro estrago, para depois perceber que não é preciso remendar os cacos que restaram, pois não eram garantia de uma vida plena e magnífica. E que basta o pouco que ficou. E que você se basta. A vida também consiste em permitir partir, em fechar as portas, em descobrir caminhos novos, mesmo que pareçam estranhos ou sinuosos. Enfrente, destrave, desbrave as estradas. Siga em frente, porque logo ali está o maravilhoso acaso, o inesperado. O que encanta é justamente o que nunca foi planejado. ( Aline Diedrich )

NÃO FAREI NADA PARA AGRADAR ALGUÉM

Quando que estou indo em direção de algo e durante a caminhada percebo que não me agrada. - pulo do barco, mesmo sem saber da profundidade das águas. - mudo de trilha, mesmo sabendo dos obstáculos, e até mesmo retorno à linha de partida, onde muitos irão falar que sou fraca, mas isso não me incomoda. - não me encaixo onde alguém tenta me colocar como louca, em agir assim. - prefiro enfrentar tudo isso, do que continuar indo na direção contrária da minha felicidade. - louca seria, em ter certeza que não seria feliz e por teimosia, continuar essa caminhada seja para o agrado de outrem ou por querer testar minha sorte. Isso não farei. ( Cassia M Alves )

A SOLIDÃO – REFLEXÃO

Que a solidão não te assuste. Pois ficar só, saber ser só, gostar de si. Da própria companhia. Do próprio espaço. E do próprio tempo. É um privilégio. Não se assuste se a solidão te visitar. Só não a deixe chegar acompanhada da carência, pois a carência bota tudo a perder. Mas a solidão é muita bem-vinda. É muito bem quista. É muito bom saber viver consigo. Entender de si. Conhecer a si mesmo. Compreender os nossos próprios limites. Perdoar os nossos defeitos, criar as nossas próprias regras para que ninguém ouse nos magoar. E quando o assunto for amor, é sabendo viver na solidão que encontramos o aconchego para ser uma boa companhia para quem quer que seja do bem. Não se assuste se precisar ficar só. Não se assuste se já está sozinho ou sozinha há algum tempo. Não se cobre muito para ter alguém e não deixe as cobranças externas te colocar em caminhos equivocados. Aproveite o máximo que puder para se permitir viver. Admirar as coisas simples. Admirar a sua imagem no espelho da alma. Ser a sua própria estrela guia na estrada da vida. Fazer dos seus desejos, uma ordem. O bom de aprender a ser só, é que aprendemos a conviver seja lá com quem for. Aprendemos a continuar somente em histórias que vale a pena. Em um amor que é aconchego. Caso contrário, voltamos de boaça para a paz da nossa solidão. Apreciando a nossa música, o nosso livro, a nossa religião e a nossa série preferida. Sem que ninguém nos encha o saco. Saber ser só é saber ter a disposição de saber exatamente quem a gente quer para nossa vida. Por isso é tão necessário se entregar para a solidão em algumas fases da nossa vida. Para que a gente descubra que não existe, em nenhum lugar do mundo, companhia melhor e mais especial do que a nossa. (Edgard Abbehusen)

A GENTE TEM QUE CONTINUAR - REFLEXÃO

A gente tem que continuar mesmo depois que o arroz queima, a água seca, o vinho entorna. A gente continua depois de descobrir que os defeitos pioram com a idade e as qualidades viram hábito no dia a dia. A gente tem que continuar depois do luto, da partida, da despedida, das horas frias, do caminho incerto. A gente continua e aprende a cantar 'apesar de você, amanhã há de ser outro dia, para o amor que não deu certo, para as falhas recorrentes, para nós mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser. Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, a gente tem que continuar. E aprendemos que ter que continuar é muito mais que traçar um caminho que justifique nossa esperança por dias melhores. É saber deixar pra trás com sabedoria, entendendo que a vida é constituída de muitas histórias, e que finalizar um capítulo não significa dar fim ao que somos. (Fabíola Simões )