quarta-feira, 12 de maio de 2021

FILHO PREDILETO - REFLEXÃO

Certa vez perguntaram a uma mãe qual era seu filho preferido, Aquele que ela mais amava. E ela, deixando entrever um sorriso, respondeu: Nada é mais volúvel que um coração de mãe. E, como mãe, lhe respondo: o filho predileto, Aquele a quem me dedico de corpo e alma... É o meu filho doente, até que sare. O que partiu, até que volte. O que está cansado, até que descanse. O que está com fome, até que se alimente. O que está com sede, até que beba. O que estuda, até que aprenda. O que está com frio, até que se agasalhe. O que não trabalha, até que se empregue. O que namora, até que se case. O que casa, até que conviva. O que é pai, até que os crie. O que prometeu, até que se cumpra. O que deve, até que pague. O que chora, até que cale. E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completou: O que já me deixou... Até que o reencontre. Erma Bombeck

SINTO FALTA...

Sinto falta dos amigos e vizinhos de infância; Sinto falta do cheiro do café da mãe, que chegava até meu nariz me fazendo levantar feliz; Sinto falta das balas que o pai trazia enrolado num pedaço de jornal dentro do bolso da calça suja de pó de serra; Sinto falta do cachorrinho latindo na porta da cozinha e do canarinho amarelo que cantava e bicava o dedo da gente; Sinto falta da terra solta no quintal imenso onde corríamos descalços pendurados num cabo de vassoura ou girando um pneu velho; Sinto falta da tábua atravessada numa tora onde podíamos voar sem medo de cair e machucar, e quando ralava o joelho tinha o mertiolate pra fazer arder e esquecer a dor; Sinto falta de sentar no pedal da máquina de costura da mãe, e fazer altas viagens dirigindo aquele volante de faz de conta; Sinto falta do delicioso arroz com feijão e um pedacinho de linguiça caseira com tomate colhido na horta atrás da casa; Sinto falta do macarrão caseiro grudado que a vó fazia; Sinto falta das noites de chuva quando não podíamos sair lá fora e assim cantávamos em cima da cama, sem violão nem bateria, éramos a orquestra; Sinto falta de sentar no colo do pai e ouvir historinhas onde ele era o próprio autor, enquanto eu contava os pelos brancos que ele tinha no peito; Sinto falta dos primos pedindo pra ir brincar na rua onde até briga saia; Sinto falta de viver sem correntes e fios presos à tomada; Sinto falta de felicidade de verdade. Néia Saqueti Liberato

terça-feira, 11 de maio de 2021

UM RECADO PARA AS MOÇAS

Moça, casa chique é aquela que abriga gente feliz. Não espere os móveis planejados, os lençóis de algodão egípcio, para amar seu lugar. Coloca flores sobre a mesa, pendura umas fotografias (aquelas que contam sua história, um dia bonito, a realização de um sonho), estica seu lençol perfumado (aquele já bem surrado porque te aninhou noites a fio), coloca na janela uma cortina florida, na sacada, uns vasos de alfazema. Tira a louça do armário (aquela de porcelana) que você guarda para uma ocasião especial. Ponha seu vestido predileto, não precisa ser novo, basta te deixar confortável. Vá ajeitando tudo, tirando a poeira dos cantos, arejando os cômodos. Se já se cansou da cor, refaça a pintura. Muda a mesa de lugar, arruma de outro jeito. Por fim, ame seu canto, seu abrigo. Casa bonita é aquela que abriga gente feliz. É rico tudo o que nos toca, tudo o que a gente toca e ganha o jeito da gente. Eunice Ramos

TENHO RUGAS - REFLEXÃO

Tenho rugas porque tive amigos, rimos muitas vezes, até às lágrimas, e depois conheci o amor, que me fez espremer os olhos de alegria. Eu tenho rugas porque eu tive filhos, e eu me preocupei com eles desde que nasceram, eu sorri para todas as suas novas descobertas e passei noites esperando por eles. Chorei pelas pessoas que eu amei e que partiram, por um tempo ou para sempre, ou sem saber porquê. Eu também passei horas sem sono com projetos de vida, com a febre das crianças, e nem sempre com tempo para ler um livro. Em cada sulco do meu rosto e do meu corpo, esconde-se a minha história e as emoções que eu vivi. Cada experiência é uma parte da minha vida, uma batida de coração, é o álbum de fotos das minhas memórias mais importantes. - Marinella Canu

segunda-feira, 10 de maio de 2021

VAMOS SORRIR

Faz o seguinte por mim. leve somente o necessário mas não se esqueça dos abraços apertados e daquelas conversas aleatórias sem fim que no final ninguém mais sabe do que estão falando Vamos sorrir ! Carregamos tantas coisas desnecessárias. Vista-se então de amor. e esqueça daquele papo chato da vida dos outros e coisa e tal de tudo ruim que já passou. Vamos sorrir bem alto e dançar de qualquer jeito que a vida de algum jeito de forma bem positiva irá florir. Faz isso por você e por mim viver a vida de forma bem natural que a dor logo irá passar, você não vai mais lembrar, irá sumir. Karla Branquinho.

ÀS VEZES É PRECISO RECOLHER-SE.

O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor! Curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico... Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê ,nos julga alienados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes, desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar... Ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação. Este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos. (Lya Luft)