Contam que duas nações estavam em guerra. Um dos reis disse a
seu povo que àquele que lhe apresentasse uma proposta de paz convincente para
ser oferecida ao inimigo seria dada a oportunidade de entrar por cinco minutos
na sala do tesouro do palácio, e poderia levar tudo o que conseguisse juntar.
Ao saber disso, o povo enviou propostas. Depois de analisá-las,
o rei e seus generais optaram pelo plano de um cidadão que tinha experiência em
estratégia, porém sua situação econômica não era boa.
Quando o homem soube que teria a grande oportunidade de
tornar-se milionário, comprou as melhores roupas para sua família utilizando-se
de crédito, pois os comerciantes sabiam de sua condição potencial e que em
poucos dias pagaria suas dívidas.
A guerra acabou e agora o rei se viu diante de um dilema. Por um
lado estava arrependido da promessa. Por
outro, não podia faltar com a sua palavra. Chamou seus conselheiros e, buscando
uma solução, pediu uma ideia que salvasse parte de seu tesouro.
Um deles, conhecendo o homem que havia vencido, sabia que ele
era apaixonado por música. Aconselhou o rei a que trouxesse uma grande
orquestra para tocar por todo o tempo da visita à sala do tesouro. Isso
desviaria a atenção do estrategista e assim pegaria menos ouro. O rei ficou
satisfeito com a ideia e ordenou que assim fizessem.
O dia tão esperado chegou. O cidadão acompanhado de sua família
dirigiu-se ao palácio e se apresentou diante do rei. Após uma curta conversa, o
monarca ordenou a dois soldados que indicassem o local da sala do tesouro real.
Parado frente à porta, o homem pensava como juntar a maior quantidade de ouro e
joias em cinco minutos.
A porta foi aberta, e ele correu para dentro. Nesse instante,
começou a escutar as melodias que mais gostava. Ficou surpreso com a sonoridade
da orquestra bem à frente de seus olhos e, fascinado, viu que alguns segundos
se passaram. Ele pensou: “Não vim aqui
para isto!”. Quando se moveu em direção ao tesouro, juntaram-se à execução
novos instrumentos e cantores que lhe encantaram ainda mais.
Compenetrado novamente na melodia, o homem pensava que o tempo
estava passando e precisava juntar ouro suficiente para fazer-se rico. De
repente, sentiu uma mão que pegou-o pelo braço e lhe disse: “Tempo esgotado”.
Os cinco minutos tinham passado.
Pobre e infeliz, o homem saiu da sala do tesouro exatamente como
havia ingressado: com as mãos vazias.
Esta história é útil. Aplica-se a todas as situações da vida.
Maior, porém, é a questão: “Qual o propósito de se estar aqui?” Para quem
responder “nenhum”, o trabalho, as gerações, o sustento, o que se pensa, o que
se fala e o que se faz, não fazem qualquer diferença… um motivo para bem
investir o tempo inexiste…. e junto, nada, na verdade, importa. Mas tudo tem um propósito na vida.
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