quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SAÚDE: COMO DIFERENCIAR UMA ENXAQUECA DE UMA DOR DE CABEÇA EMOCIONAL


Você sabe as diferenças entre uma enxaqueca  e uma cefaleia/dor de cabeça causada por uma chateação? A dor de cabeça que você sente é uma cefaleia emocional ou uma enxaqueca?

A cefaleia causada pela tensão normalmente é uma dor de cabeça generalizada e a principal característica é uma forte pressão nas partes laterais e na parte de trás da cabeça ou pescoço. A dor pode durar de 30 minutos a duas horas e, nos casos mais graves, até dois ou três dias consecutivos, e desaparece de forma instantânea.

A enxaqueca é uma dor localizada em áreas mais específicas da cabeça, pode ocorrer num lado ou no outro, provocando outros sintomas desagradáveis, como cansaço, tontura, náuseas, desorientação, alterações visuais. A enxaqueca não desaparece de repente, como a cefaleia/dor de cabeça. E seus sintomas são mais diversos e dolorosos.

A dor de cabeça emocional é causada por tensões e pode desaparecer em pouco tempo e com apenas algumas massagens no pescoço e nas costas.

A enxaqueca provoca uma dor de cabeça muito mais intensa.
A dor de cabeça emocional é mais leve e normalmente tem como causa: insônia,  tensões emocionais,  pressão alta,  cansaço, estresse,  infecções, imunidade baixa.

Dores de cabeça, especialmente as frequentes, precisam ser investigadas pelo médico, pois podem  ser um sintoma de algo mais grave. Também não abuse do uso de analgésicos, que podem, entre outras coisas, destruir seu estômago e fígado.

Se a sua dor de cabeça não estiver relacionada com nenhum problema sério, é melhor tratar-se de forma natural. Um chá muito bom é este:

INGREDIENTES

1 litro de água
1 colher (sopa) de hortelã picada ou 1 sachê da erva
1 colher (sopa) de gengibre fresco ralado
3 rodelas de limão (de preferência, orgânico)

MODO DE PREPARO

Leve o gengibre para ferver em 1 litro de água. A partir da fervura, mantenha por mais cinco minutos e desligue o fogo. Coloque a hortelã e as rodelas de limão e tampe a panela. Deixe ficar morno e beba 1 xícara. Tome o restante durante o dia, em intervalo espaçado de tempo. Pode consumir este chá como preventivo. Neste caso, bastam duas xícaras por dia.

Fonte: Receitas Naturais


terça-feira, 22 de setembro de 2015

22 DE SETEMBRO - INÍCIO DA PRIMAVERA


A primavera chegou, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododentros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jaipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terá nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a euforia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, p. 366.

DESINTERESSE CRESCE E FALTAM 170 MIL PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PAÍS


Baixo prestígio profissional, salários pouco atrativos e problemas sociais nas salas estão entre os fatores que tornam a docência menos atraente. Especialista estima que a reversão do quadro leve 20 anos.

A última estimativa divulgada pelo Ministério da Educação (MEC) dá conta de que faltem 170 mil docentes nos níveis fundamental e médio no país. Porém, mesmo quando estão nas salas de aula, muitos deles não têm a qualificação necessária para a formação dos estudantes. 


Em Minas, cerca de 29 mil professores não têm licenciatura, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Educação. Nas universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Ouro Preto (UFOP), parte das vagas ociosas decorre do baixo interesse pelos cursos de licenciatura, que formam docentes, principalmente na área de exatas, para disciplinas como matemática, física e química. E recuperar esse tempo perdido pode levar décadas.

Especialistas alertam que não só os baixos salários tornam a docência menos atraente. Além da remuneração, faltam planos de carreira e ainda é preciso lidar com questões como desagregação familiar e agressões em sala de aula, que extrapolam o âmbito da educação. “Vemos um crescente desinteresse pelas áreas de licenciatura e pedagogia. Paga-se mal e as condições são péssimas. Por isso, as pessoas vão para outras carreiras”, diz Fernando Kutova, professor e diretor da Conexa Eventos, empresa especializada na formação de professores da educação básica.

O especialista alerta para a gravidade do problema. “Não teríamos médicos, advogados, sem professor da educação básica. Mas esse profissional vem perdendo o status que tinha”, afirma. Segundo ele, o governo federal deveria fomentar um plano de carreira que pudesse atrair profissional. Mas não é uma solução de curto prazo. 

O processo para reverter o quadro levará pelo menos 20 anos, pelos cálculos do especialista. “No Brasil, educação é um problema social. Como se vai conseguir que o professor se interesse, diante dos baixos salários? Soma-se a isso o fato de que os alunos enfrentam diversos problemas sociais. Não adianta apenas falar que o salário vai dobrar”, diz.

A falta de professores no ensino básico faz com que muitos profissionais tenham que se desdobrar em mais de duas escolas. É o caso da professora Lídia Gonçalves Soares, de 50 anos, que trabalha nas redes públicas de Belo Horizonte e Contagem, na região metropolitana.

 Ela lembra que, devido à falta de educadores, até o ano passado não era possível  manter o horário de planejamento de aulas. Agora, ela comemora o fato de ter tempo para preparar conteúdo e se capacitar. “Tivemos avanços. Hoje temos bons livros didáticos, a escola em que trabalho tem boa infraestrutura, mas nós, professores da educação básica, não somos reconhecidos. Ainda somos pouco valorizados”, diz.

É necessário que haja mais valorização do professor para que essa profissão torne-se atraente, se continuar como está a situação vai piorar ainda mais.