quinta-feira, 28 de agosto de 2014

ESCOLAS INTEGRAIS GANHAM ESPAÇO EM PERNAMBUCO



O modelo diferenciado de ensino médio, em que alunos estudam o dia todo e professores têm dedicação exclusiva, está trazendo frutos positivos. A maioria das escolas de educação integral, oferecidas pelo governo estadual, teve desempenho melhor que as de ensino regular no Índice de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (Idepe). 

A média das unidades integrais, no ano passado, foi 4,53. Nas semi-integrais ficou em 4,07, enquanto no ensino médio geral (juntando regular e integral), o Idepe foi quase um ponto menor, 3,54.
  
O Idepe é um indicador que mede a qualidade do ensino, com parâmetros semelhantes ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação. É a soma do resultado dos alunos em provas de Português e Matemática. O Ideb é calculado a cada dois anos e por amostragem. 

O Idepe é anual e todos os estudantes das séries avaliadas participam. O governo estadual contrata o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

Fonte:Jornal do comércio
Mais na web: Veja desempenho das escolas no site, www.educacao.pe.gov.br

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

HÁ ESCOLAS QUE SÃO GAIOLAS E HÁ ESCOLAS QUE SÃO ASAS.



Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo.

 Pássaros engaiolados são pássaros sob  controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.

 Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. 

Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.

Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professores em escolas. O que eles contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E eles, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e os domadores com os seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.

 

Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que os fecha com os tigres. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes? Ou serão as escolas que são violentas?


As escolas serão gaiolas? Vão falar-me da necessidade das escolas dizendo que os adolescentes precisam de ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor.

 Mas eu pergunto: as nossas escolas estão a dar uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ficam com uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.

 Pobres professores, também engaiolados… São obrigados a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é um hábito velho das escolas.

Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos. Há esperança…

( Rubem Alves )



segunda-feira, 25 de agosto de 2014

SOLTE A PANELA - REFLEXÃO



Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.

 Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina… Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava.

O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo.
Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra o seu Corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu Imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta história de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes. Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda as julgamos importantes. Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Para que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve. Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela!

REVISÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA