quarta-feira, 20 de setembro de 2023

AMOR PRÓPRIO

Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que o amor tudo suporta e, por um tempo eu até acreditei nessa falácia. Mas quando eu me amei de verdade, descobri que isso não era verdade, que amor não suporta tudo, como dizia Maiakovski "onde tudo é aceito, eu desconfio que haja falta de amor", principalmente amor-próprio. Amor é canteiro e canteiro que não é cuidado, erva daninha se alastra e vai matando aos poucos qualquer forma de vida que exista ali, até que só sobre ela. (Edna Frigato)

A VIDA NÃO TEM REPLAY

Ainda bem que a vida não tem replay. Ainda bem não podemos voltar aos bons momentos. Imaginem como seria complicado se pudéssemos recuar ao passado para retocar aqueles segundos em que sem saber como fomos felizes para a eternidade da nossa história. Já imaginaram a confusão que seria quando um quisesse apagar esse momento e o outro desejasse prolonga-lo. Em que ponto se poderia tocar aquelas vontades tão opostas e com um desejo infindável de modificar o que viveram juntos. Ainda bem que a vida definiu que seria assim, que nada nela teria retorno e que os horizontes do futuro nunca viveriam na sombra de um passado. A vida é para ser vivida a cada momento, sem culpas nem expectativas. Temos que aceitar que aquilo que há uns segundos atrás nos fez felizes agora são as memórias que ninguém nos poderá roubar. São peças que se vão encaixando no puzzle do destino para que possamos ter uma visão geral sobre tudo o que já vivemos. Olhar para trás é um defeito da saudade que se alimenta do que já passou, enquanto a nossa alma vive de olhos postos no futuro onde poderemos encontrar algo ainda melhor do que tudo o que já passou. O passado é um livro que alguém leu e arrumou na prateleira, já o futuro é o sonho de quem não cresceu e continua a sonhar com o que quer viver. ( Angela Caboz )

terça-feira, 19 de setembro de 2023

SAIR DE CENA É A ÚNICA ESCOLHA POSSÍVEL

Por vezes, é preciso ignorar o que sentimos. É preciso sair de cena em silêncio, deixando o filme a meio. É necessário calar um pouco o coração e encontrar coragem para admitir que o espetáculo tenha que ser cancelado, por razões de força maior. Sabemos que vai doer. Sabemos que iremos ouvir o grito do desejo que nos vai ensurdecer a alma. Estamos conscientes de que nos sentiremos despidos por não sabermos onde andam as mãos que sempre nos vestiram. Sentiremos frio e chamaremos pelo nome de quem vive dentro do nosso coração. Talvez o erro seja mesmo esse. Assumimos que existiria um para sempre nas nossas vidas e de repente esse fio brilhante com que tricotávamos a nossa história rebenta e não temos uma solução para resolver aquele incidente. Criamos tantas expectativas nesse amor que desaprendemos de viver e quando tudo termina não sabemos para que lado seguir. Quando o final nos agarra não encontramos razões para sorrir e sem sorriso o dia perde todo o seu brilho. Quando o inesperado acontece é preciso ter força para puxar a cortina e agradecer à plateia. É tempo de deixar de ensaiar aquela peça de teatro em que não éramos a personagem principal. Tudo depende de nós e não desse amor que nos roubou a voz e nos fez voltar a viver no silêncio de um sonho. Seremos nós a ter de dosear a intensidade dessa dor que inevitavelmente irá chegar. Depende de nós encontrarmos força para curar essa ferida que não nos vai matar. A dor não mata, a dor ensina! Por isso, sair de cena é a única escolha possível. Deixar aquele palco antes que todas as luzes se apaguem e fiquemos ali na escuridão a tentar encontrar o caminho de volta para o nosso mundo real. ( Angela Caboz )

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

NEM SEMPRE O QUE DEIXA DE EXISTIR DEIXA DE ESTAR

Nem sempre o que deixa de existir deixa de estar. Às vezes, deixar de existir é apenas outra forma de estar. É como a chuva. Ao parar de chover, a chuva deixa de existir como chuva, mas a sua água infiltrou-se nos campos e regou as flores e juntou-se ao leito dos rios como memória da chuva que um dia será novamente. Nem sempre o que deixa de existir deixa de estar. O corpo das coisas que habitam o mundo pode morrer e pode desaparecer da nossa vista, mas nunca morrerá aquilo que nos habita e o coração não precisa ver para crer. Deixar de existir não é deixar de estar presente. Há coisas e pessoas que foram e que nunca deixarão de ser. Mesmo que os seus passos deixem de se ouvir e que o seu olhar deixe de cair sobre o nosso como a chuva quando chega o tempo de parar de cair, já o som desses passos e a luz desse olhar se infiltraram em nós e somos nós esse leito de que o nosso amor é feito. Não faz mal que a chuva deixe de ser chuva quando permanece naquilo que regou. ( Elizabete Bárbara )

VIVER EM AMOR É SABEDORIA

Saber viver é um nobre aprendizado, em que se destacam amor, empatia e respeito. Amor não combina com diferenças, nem mesmo tolera as indiferenças. O amor é a essência do direito. O amor não se faz presente, Quando há atração entre diferentes. Amor é uma comunhão de pensamentos, aonde a distância entre os amantes traz a saudade. A paixão é loucura que não espera, não permite o afastamento, tampouco abre espaço para a saudade. O amor funde vidas imperfeitas, em um único corpo que separados traz a saudade. A incondicionalidade do amor é reciprocidade, O mais alto teor de empatia e de paz. A paixão não gera nem admite saudade, e viver o momento é estar apaixonado. O amor é o segredo da felicidade, quando se é fiel, bondoso, não cruel e leal. Amor exige ser bom e não mau. Amor é fazer o bem e não o mal. Paixão é sentimento, pó, não tem vida. Os frutos bons são reservados às pessoas boas, que não têm no coração a maldade. O amor acaba com todo sofrimento, enquanto a paixão só traz tormento. ( Vainer Oliveira )

domingo, 17 de setembro de 2023

ORAÇÃO DO DOMINGO

DEXEI DE SER COSTUREIRA

Deixei de ser costureira... Não quero mais consertar ninguém nem suturar feridas que outros fizeram. Deixo-os puídos, dilacerados como estão e sem o menor interesse em reparar o dano que não me diz respeito. Eu preciso de mim. Quando os pedaços da minha dor voam e não tenho forças para enfiar a agulha com aquela autoestima que é cortada, toda vez que quero fazer algo por mim. Não faço mais reparos em geral. Quem vier sem costura pode ficar assim. Ao final. Muitas vezes acaba-se consertando o que não vai ser usado por muito tempo. Bem, o mesmo vale para as pessoas. ( Desconheço a autoria )