sexta-feira, 22 de março de 2019

A MALA DE VIAGEM


Conta-­se uma fábula sobre um homem que caminhava vacilante pela estrada, levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas carregava um saco de terra; em volta do peito trazia vinhas penduradas. Sobre a cabeça equilibrava uma abóbora pesada.

Pelo caminho encontrou um transeunte que lhe perguntou:

– Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?
– É estranho, respondeu o viajante, mas eu nunca tinha realmente notado que a carregava.
Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.
Em seguida veio outro transeunte que lhe perguntou:
– Diga-me, cansado viajante, por que carrega essa abóbora tão pesada?
– Estou contente que me tenha feito essa pergunta, disse o viajante, porque eu não tinha percebido o que estava fazendo comigo mesmo.

Então ele jogou a abóbora fora e continuou seu caminho com passos muito mais leves. Um por um, os transeuntes foram  avisando-o  a respeito de suas cargas desnecessárias. E ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre e caminhou como tal.

Qual era na verdade o problema dele?
A pedra e a abóbora? Não!

Era a falta de consciência da existência delas. Uma vez que as viu como cargas desnecessárias, livrou­-se delas bem depressa e já não se sentia mais tão cansado. Esse é o problema de muitas pessoas. Elas estão carregando cargas sem perceber. Não é de se estranhar que estejam tão cansadas!

O que são algumas dessas cargas que pesam na mente de um homem e que roubam as suas energias?

– Pensamentos negativos.
– Culpar e acusar outras pessoas.
– Permitir que impressões tenebrosas descansem na mente.
– Carregar uma falsa carga de culpa por coisas que não poderiam ter evitado.
– Auto piedade.
– Acreditar que não existe saída.

Todo mundo tem o seu tipo de carga especial, que rouba energia. Quanto mais cedo começarmos a descarregá-la, mais cedo nos sentiremos melhor e caminharemos mais levemente.

Autor desconhecido

terça-feira, 19 de março de 2019

DICAS DE SAÚDE


O MONGE E A PROSTITUTA - REFLEXÃO


Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva. Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.

– Você é uma grande pecadora – repreendeu-a. – Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?

A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge; com sincero arrependimento orou a Deus, pedindo perdão. Pediu também que o Todo-poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar seu sustento.

Mas não encontrou nenhum trabalho diferente daquele. E, depois de uma semana passando fome, voltou a prostituir-se.

Mas, cada vez que entregava o seu corpo a um estranho, rezava ao Senhor e pedia perdão.

O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: “A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa – até o dia da morte desta pecadora”.

E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.

Passado algum tempo, o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:

– Vê este monte? Cada uma dessas pedras representa um dos pecados mortais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer: cuidado com as más ações!

A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lágrimas de sincero arrependimento, orando:

– Ó Senhor, quando Vossa misericórdia irá me livrar desta miserável vida que levo?

Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou por sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.

A alma da prostituta subiu imediatamente aos Céus, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno. Ao se cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo e clamou:

– Oh, Senhor, essa é a Tua justiça? Eu que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao Céu!

Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:

– São sempre justos os desígnios de Deus. Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, esta mulher orava fervorosamente dia e noite. A alma dela ficou tão leve depois de chorar, que podemos levá-la até o Paraíso. A sua alma ficou tão carregada de pedras, que não conseguimos fazê-la subir até o alto.

Autor: Desconhecido


segunda-feira, 18 de março de 2019

APRENDI...


Compreendi que viver é ser livre. Que ter amigos é necessário. Que lutar é manter-se vivo. Que para ser feliz basta querer.

Aprendi que o tempo cura. Que mágoa passa. Que decepção não mata. Que hoje é reflexo de ontem. Compreendi que podemos chorar sem derramar lágrimas. Que um verdadeiro amigo permanece. Que dor fortalece. Que vencer engrandece.

Aprendi que sonhar não é fantasiar. Que para sorrir tem que se fazer alguém sorrir. Que a beleza não está no que vemos, e sim no que sentimos. Que o valor está na força da conquista.

Compreendi que as palavras têm força. Que fazer é melhor que falar. Que o olhar não mente. Que viver é aprender com os erros. Aprendi que tudo depende da vontade. Que o melhor é sermos nós mesmos. Que o segredo da vida é viver!

E uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra  para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi criadora de minha própria vida.

(Clarice Lispector)

domingo, 17 de março de 2019

UMA MULHER FELIZ - REFLEXÃO


(Conselho aos pais que vivem se preocupando com tudo e com todos de sua família. Ótimo para voltar a respirar e a viver)

Minha mãe tinha muitos problemas. Não dormia e se sentia esgotada. Era irritada, rabugenta e azeda. E sempre estava doente, até que um dia, de repente, ela mudou. A situação estava igual, mas ela estava diferente.

Certo dia, meu pai lhe disse:

- Amor, estou há três meses à procura de emprego e não encontrei nada, vou tomar umas cervejinhas com os amigos.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem.

Meu irmão lhe disse:
- Mãe, eu vou  mal  em todas as matérias da faculdade.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem, você já vai se recuperar. E se não conseguir, é só repetir o semestre, mas você paga a matrícula.

Minha irmã lhe disse:
- Mãe, bati o carro.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem filha. Leve-o para a oficina, procure uma forma de pagar o conserto e, enquanto o arrumam, vá trabalhar de ônibus ou de metrô.

Sua nora lhe disse:
- Sogra, venho    passar uns meses com vocês.

Minha mãe lhe respondeu:
- Tudo bem, ajeite-se na poltrona da sala e procure uns cobertores no armário.

Todos nós na casa da minha mãe nos reunimos preocupados ao ver essas reações. Suspeitávamos que tivesse ido ao médico e que ele lhe tivesse receitado uns comprimidos de “Se Virem" de 1000 mg. Com certeza também estaria ingerindo uma overdose.

Propusemos então fazer uma "Intervenção" a minha mãe para afastá-la de qualquer possível vício que viesse a ter com algum medicamento "anti-birras".

Mas qual não foi a surpresa quando todos nos reunimos em torno dela e minha mãe nos explicou:

"Demorei  muito tempo para perceber que cada um é responsável pela sua vida, demorei anos para descobrir que minha angústia, minha mortificação, minha depressão, minha coragem, minha insônia e meu estresse não resolvem seus problemas, mas sim aumentam os meus.

E eu não sou responsável pelas ações dos outros, mas sim responsável por minhas reações diante disso.

Portanto, cheguei à conclusão de que o meu dever para comigo mesma é manter a calma e deixar que cada um resolva o que lhe cabe.

Já fiz cursos de yoga, de meditação, de desenvolvimento humano, de higiene mental, de vibração, de programação neolinguística e de milagres, e em todos eles encontrei um denominador comum, todos conduzem ao mesmo ponto:

Eu só posso ter ingerência sobre mim mesma, vocês têm todos os recursos necessários para resolver as suas próprias vidas.

Eu só poderei dar-lhes o meu conselho se por acaso me pedirem e, segui-lo ou não, depende de vocês.

Por isso, de hoje em diante, eu deixo de ser o receptáculo de suas responsabilidades, o saco de suas culpas, a lavadeira de seus arrependimentos, a advogada de suas faltas, o muro de seus lamentos, o depósito de seus deveres. Deixo de ser quem resolve seus problemas ou cumpre suas responsabilidades.

A partir de agora, declaro-os a todos ADULTOS INDEPENDENTES E AUTOSSUFICIENTES.

Todos na casa da minha mãe ficaram mudos.

A partir desse dia a família começou a funcionar melhor, pois todos na casa sabem exatamente o que lhes compete fazer.

Texto: autor desconhecido.