Gabriela Mistral disse
certa vez:
“Onde houver uma árvore a
plantar, procure plantá-la! Onde houver um erro a corrigir, busque corrigi-lo!
Onde houver uma tarefa que todos recusem, tente assumi-la”.
Plantar uma árvore! Dá uma
alegria tão grande contemplar uma árvore que nossas mãos plantaram! E quando,
então, se trata de árvores como a mangueira, que atravessa os anos, dá alegria
até em pensar que a árvore por nós plantada — de certo modo nossa filha —
continuará oferecendo sombra, frutas e abrigo para os passarinhos quando nós já
nem estivermos neste chão dos homens.
Quanto a corrigir erro, é
uma arte difícil. Quem gosta de ser corrigido? É preciso que quem errou sinta
que quem corrige não vem contra, não vem com rudeza, não vem com ar de quem não
erra e de quem é mestre e nasceu para corrigir e ensinar… É preciso que quem
errou sinta amizade em quem corrige, sinta que a intenção única é ajudar, sem
pretensão de quem se julga maior ou melhor…
Quem não se vê, por vezes,
diante de tarefas que ninguém abraça, e parece humilhante e inglória?
O preço a pagar para poder
fazer o que ninguém se anima a fazer, o que praticamente a todos causa
repugnância, é ausência total de parecer herói, criatura diferente e
extraordinária…
Onde houver uma árvore a
plantar, procure plantá-la! Onde houver um erro a corrigir, busque corrigi-lo!
Onde houver uma tarefa que todos recusem, tente assumi-la.
Tudo na maior
simplicidade, como quem apenas cumpre o próprio dever e se alegra de poder
ajudar…
UM OLHAR SOBRE A CIDADE,
de D. Helder Câmara-3ª edição/2009-PAULUS.