Benefícios da farinha de maracujá
Promove saciedade e emagrece Todas as fibras ajudam a promover a
sensação de que se comeu o suficiente em uma refeição.
Porém, as contidas
na farinha de maracujá
são especiais: é a
pectina, uma fibra do tipo insolúvel. Na verdade sua maior função é absorver
líquido e então se tornar um gel, capaz de reter por mais tempo o bolo
alimentar no estômago e intestino, pois torna mais lenta a absorção dos
nutrientes nele contidos. O resultado é a sensação de saciedade por mais tempo,
evitando um maior consumo calórico.
Por ser feita com a parte branca da casca do fruto, a farinha de
maracujá contém muito mais fibras do que o suco. Um dos nutrientes que tem sua
absorção mais lenta graças às pectinas é a glicose, que é liberada em doses pequenas
no sangue.
O resultado disso é uma produção menor do hormônio insulina, responsável por colocar o açúcar do
sangue para dentro das células. O problema é que ela ativa a deposição de células de gordura no
tecido adiposo, aumentando esse tipo de massa no nosso corpo.
Um estudo feito na Universidade da Paraíba com 17 mulheres incluiu na
alimentação delas a farinha de casca de maracujá por 70 dias. Nesse período
elas apresentaram uma redução no peso de até oito quilos, mas inserindo o
alimento em um cardápio balanceado e com atividades físicas regulares.
Previne o diabetes. A redução dos picos glicêmicos
e da produção de insulina é benéfica. Quando o hormônio é produzido e liberado
no corpo em grandes quantidades, alguns tecidos e órgãos começam a reduzir sua
resposta a ele, sendo preciso mais insulina para armazenar a mesma quantia de
glicose. Esse processo é um quadro chamado de resistência a insulina, que se
não for revertido, pode evoluir para diabetes do tipo 2.
No caso de quem já tem o quadro, quanto mais picos de glicose no sangue, pior seu estado
fica. Portanto, o consumo dessa farinha ajuda a ter um equilíbrio de
açúcar no sangue, estabilizando o problema.
Um estudo foi publicado em 2008 na
Revista Brasileira de Farmacognosia, feito com 60 pacientes que consumiam 30
gramas da farinha ao dia, sendo que 59 tomavam algum medicamento para o problema.
Os estudiosos concluíram que uma das vantagens da farinha é que seu consumo já
mostra mudanças na glicemia desde os primeiros meses de uso, portanto ele pode
ser um bom aliado de tratamentos tradicionais para diabetes.
Melhora as taxas de colesterol e
de triglicérides. O mesmo estudo conduzido pela Universidade da Paraíba demonstrou
que as 17 mulheres não só perderam peso, como obtiveram uma redução nessas duas
taxas, que estavam inicialmente acima do normal. O efeito se deve também ao gel
formado pela pectina, que não só reduz a absorção do colesterol como também se liga a essa gordura,
fazendo com que ela também seja eliminada no fim da digestão.
Colabora com a digestão Todo alimento rico em fibras auxilia na digestão, por
facilitar a passagem do bolo alimentar pelo intestino grosso, otimizando o
trânsito intestinal. Além disso, elas são fermentadas nos intestinos, processo
que estimula a microbiota (antes conhecida como flora intestinal), bactérias do
bem que ajudam na nossa digestão. Por fim, a presença de vitamina B3 nesse
alimento ajuda a proteger as paredes do estômago, ajudando também nesse
processo.
Quantidade recomendada de farinha de
maracujá
O recomendado é consumir entre 1 e 2 colheres de sopa dessa farinha nas
principais refeições, como almoço e jantar.
Como consumir a farinha de maracujá
A farinha de maracujá pode ser usada em receitas e consumida com frutas
e outros alimentos. Ela pode ser consumida cerca de 30 minutos antes das refeições, para
trazer saciedade e evitar o exagero ao comer. Mas também pode ser consumida nas
preparações, polvilhada em frutas, dissolvida em sucos, batidas de frutas,
iogurtes, sobre os alimentos, entre outros. Só não é indicado levá-la ao fogo,
pois ainda não há estudos que garantam que essa exposição extra ao calor não
altere suas propriedades e a textura dos alimentos.
Contraindicações
Não existem contraindicações ao consumo desse alimento, apenas indicasse
seguir uma dieta equilibrada para ter melhores efeitos. Em uma das pesquisas já
realizadas com a farinha da casca de
maracujá, voluntários receberam a farinha a fim de testar sua toxicologia
clínica e não demonstraram sinais de toxicidade.
Risco do consumo excessivo
Quando consumida em excesso, a quantidade de fibras pode acabar causando diarreia,
distensão abdominal e vômitos. O consumo feito por crianças, gestantes e
lactantes deve ser realizado sob supervisão médica.
Onde encontrar
A farinha de maracujá pode ser encontrada em alguns supermercados e em
lojas de produtos naturais. É possível também comprá-la pela internet, mas
cuidado para escolher lojas e marcas confiáveis.
Como fazer a farinha de maracujá
Coloque seis maracujá de molho por 15 minutos em um litro de água com 1
colher (sopa) de água sanitária. Depois, lave-as em água corrente e retire as
polpas. Separe a parte branca da casca, corte-a em tiras e leve ao forno médio
por meia hora. Após esfriar, bata no liquidificador até virar farinha. Peneire
e guarde em um recipiente com tampa e consuma em até três meses. Aproveite e
guarde a polpa para fazer um suco natural!
Fontes consultadas:
Nutricionista Amanda Buonavoglia, especialista em nutrição clínica funcional.
Nutricionista Pâmela Medeiros, do Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde (IPGS)