Frutos do gênero Capsicum também
protegem o sistema cardiovascular e os dentes.
As pimentas são benéficas para o organismo porque possuem
atividades antimicrobiana, anti-inflamatória, anticancerígena, melhoram a
digestão, diminuem os níveis de colesterol e, por ter efeito termogênico, ou
seja, acelerar o metabolismo, ajudam a emagrecer. Mas nem todas as pimentas
trazem esta lista de vantagens. Para colher tais benefícios é preciso que a
pimenta seja do gênero Capsicum.
Esse grupo de pimentas já eram consumidas pelos índios
brasileiros e em toda a América Latina antes mesmo da chegada dos europeus no
Novo Mundo. Essas pimentas são os tipos mais interessantes para a saúde porque
têm como princípio ativo os capsaicinoides.
As principais pimentas do gênero Capsicum produzidas no Brasil
são: jalapeño, pimenta de cheiro, pimenta de bode, cumari-do-Pará, malagueta,
dedo-de-moça, murupi, biquinho e cambuci ou chapéu de frade. A quantidade de
capsaicinoides de cada uma destas pimentas varia de acordo com a ardência dos
frutos, quanto mais picante, maior a quantidade do princípio ativo.
OS BENEFÍCIOS DA PIMENTA
Ajudam a emagrecer: A pimenta é um alimento termogênico,
capaz de aumentar o gasto calórico do organismo durante a digestão e o processo
metabólico. A substância responsável por isto é a capsaicina que aumenta a taxa
metabólica em até 20%. Assim, o consumo de 6 gramas de pimenta queima cerca de
45 calorias.
Além disso, alguns estudos experimentais apontam que o fruto diminui o
desejo de ingerir proteínas, carboidratos e gorduras. Isto provavelmente ocorre
porque a pimenta aumenta a atividade do sistema nervoso simpático que afeta o
comportamento de ingestão alimentar.
Combate o câncer: Um estudo publicado no The Journal of Cancer Research dos Estados
Unidos, em 2006, descobriu que a capsaicina induz a apoptose, morte celular
programada, em células do câncer de próstata. Assim, ela contribui para evitar
a proliferação da doença.
Alguns estudos, entre eles um publicado na National Academy of Sciences
of the United States of America, sugerem que a capsaicina também ajudaria a
reduzir o crescimento de tumores nas mamas e ovários. O benefício
também ocorreria devido à capacidade da substância de induzir a apoptose das
células cancerígenas.
Boa para o coração: Um estudo realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul concluiu que a capsaicina presente na pimenta também ajuda a diminuir os
níveis do colesterol ruim, LDL. O fruto ainda pode reduzir coágulos no sangue
por ter ação vasodilatadora. O resultado é a redução do risco de problemas como
hipertensão, infarto e outras doenças cardiovasculares.
Boa para os dentes: A pimenta estimula a salivação e desta forma neutraliza os ácidos da
saliva e protege os dentes e gengivas. Além disso, ela é rica em vitamina C que
fornece resistência aos ossos e dentes.
Protege o estômago: Alguns estudos defendem que a capsaicina presente nas pimentas tem um
efeito gastroprotetor, pois aumenta a produção do muco gástrico. Ela também
pode combater a bactéria que provoca gastrites e úlceras estomacais.
Quantidade recomendada de pimenta.
Não existe uma quantidade determinada para o consumo da pimenta. A única
orientação é não exagerar, como comer o fruto cerca de 3 a 4 vezes ao dia. É
interessante que pessoas que não têm problemas de saúde, como a gastrite ou a
hemorroidas, ingiram a pimenta entre uma ou duas vezes ao dia.
Como consumir a pimenta
A melhor maneira de comer a pimenta é fresca. Assim, todos os nutrientes
do fruto são mantidos. As versões na forma de molho, de conservas, de geleia,
páprica, desidratada e dessecada também são opções, porém parte dos nutrientes,
especialmente as vitaminas, podem ser perdidas no processo.
Contraindicações
Não existem dados científicos que comprovem que a pimenta causa úlceras ou outros distúrbios digestivos.
Porém, por precaução o recomendado é que pessoas que já têm úlcera ou gastrite,
evitem o consumo em excesso do fruto. Quem tem hemorroidas também deve tomar cuidado com a
pimenta, isto porque em grandes quantidades ela pode levar a irritação do
endotélio, que constitui a camada celular interna dos vasos sanguíneo,
lembrando que o problema resulta de veias inchadas e que ficam doloridas.
RISCOS DO CONSUMO EXCESSIVO
Apesar de benéfica para a saúde, a pimenta não pode ser consumida de
maneira exagerada. Tome cuidado especialmente com os molhos de pimenta que não
usam o fruto in natura, mas o extrato ou óleo concentrado feito a partir de
pimentas secas e picantes. Estes molhos em grandes quantidades podem causar
queimaduras ou bolhas na boca ou na língua, náusea, alteração respiratória e
vômito.
Já foi comprovado que consumo de doses extremamente altas de
capsaicinoides pode levar a morte em ratos. Porém, em seres humanos seria
preciso consumir em uma única vez cerca de 1,8 litro de molho de pimenta
picante para que o indivíduo fique inconsciente.
Onde encontrar
Os tipos de pimenta e seus produtos, como geleias e molhos, são vendidos
na maior parte dos hipermercados, hortifrútis e lojas de produtos
naturais.
Fonte: Bruna Stuppiello
Minha Vida e Saúde