São João - 24 de junho
Outro santo muito
comemorado no mês de junho é São João. Esse santo é o responsável pelo título
de "santo festeiro", por isso, no dia 24 de junho, dia do seu
nascimento, as festas são recheadas de muita dança, em especial o forró.
No Nordeste do
País, existem muitas festas em homenagem a São João, que também é conhecido
como protetor dos casados e enfermos, principalmente no que se refere a dores
de cabeça e de garganta. Alguns símbolos são conhecidos por remeterem ao
nascimento de São João, como a fogueira, o mastro, os fogos, a capelinha, a
palha e o manjericão.
Existe uma lenda que diz
que os fogos de artifício soltados no dia 24 são "para acordar São
João". A tradição acrescenta que ele adormece no seu dia, pois, se ficasse
acordado vendo as fogueiras que são acesas em sua homenagem, não resistiria e
desceria à terra. As fogueiras dedicadas a esse santo têm forma de uma pirâmide
com a base arredondada.
O levantamento do
mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto
por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que
pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João,
Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São
João do carneirinho. A bandeira é colocada no topo do mastro.
O responsável pelo
mastro, que é chamado de "capitão" deve, juntamente com o
"alferes da bandeira", responsável pela mesma, sair da véspera do dia
em direção ao local onde será levantado o mastro. Contra a tradição que a
bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo.
O
levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações
e benze o mastro. Uma outra tradição muito comum é a lavagem do santo, que é feita
por seu padrinho, pessoa que está pagando por alguma graça alcançada.
A
lavagem geralmente é feita à meia-noite da véspera do dia 24 em um rio, riacho,
lagoa ou córrego. O padrinho recebe da madrinha a imagem do santo e lava-o com
uma cuia, caneca ou concha. Depois da lavagem, o padrinho entrega a imagem à madrinha que a
seca com uma toalha de linho.
Durante
a lavagem é comum lavar os pés, rosto e mãos dos santos com o intuito de
proteção, porém, diz a tradição que se alguma pessoa olhar a imagem de São João
refletida na água iluminada pelas velas da procissão, não estará vivo para a
procissão do ano seguinte.
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