Ontem, conversando com uma amiga pelo WhatsApp, ela me contando sobre o
fim de um relacionamento, me disse: “Vou sumir. Fazer ele sentir falta”. E
concordei, pois embora essa seja uma artimanha arriscada, é uma das únicas que
pode dar certo.
De vez em quando o único remédio é sair de cena para o show continuar.
Aprender a ser ausência quando tudo já foi dito, cobrado, explicado. Deixar de
ser insistência para ser abstinência.
Controlar os próprios impulsos pode parecer simples, mas é uma das
coisas mais difíceis de conseguir. Tanta alegria dando sopa lá fora e a gente
teimando em se fixar na pessoa que foi embora.
Suma do
mapa de quem sabe onde lhe encontrar e até o momento não se importou; pra quem
teve todos os seus sorrisos e nunca valorizou.
Saia de
cena de quem você ouviu inúmeros “nãos” e nunca acreditou; de quem pouco se
relacionou e muito se cansou. Do afeto pequeno que tanto lhe recusou e você
sempre aceitou.
Suma do
mapa de quem vive com dúvidas e nunca lhe teve como certeza; de quem não
aprendeu a remar junto e agir com gentileza.
Aprenda a
fazer falta para quem já se habituou à sua presença e desaprendeu a sorrir
quando você aproxima. Pra quem se esqueceu de como é boa a sua companhia e
prefere se refugiar numa vida fria.
Fazer falta é segurar o impulso de procurar, vasculhar,
perguntar. É frear a vontade de entender o que não dá mais para explicar ou de
justificar o que não merece absolvição.
Fazer falta é não ligar, não mandar mensagens, não digitar o tal
endereço na barra de contatos do e-mail. É sair para se distrair com os amigos,
dar uma corrida no parque, respirar fundo e encontrar sentido na solidão.
(Desconheço o autor)